Ab absurdo ad astra
From absurd to the stars.
Do absurdo até às estrelas.
Frase de minha autoria, baseada na ideia de que muitas vezes os pensamentos mais absurdos são aqueles que nos levam mais longe, porque nos permitem romper com barreiras conscientes e inconscientes.
Imagem da autoria de Bernardino Genga na obra Anatomia per uso et intelligenza del disegno ricercata non solo su gl’ossi, e muscoli del corpo humano. (Roma, 1691).
Em cada mão segura um símbolo. Na mão elevada acima da cabeça encontramos uma gravura das “Três vidas do Homem”, de Jakob Böhme (1575 — 1624), que foi um filósofo e místico luterano alemão. Ela representa a ligação à esfera de conhecimento superior, metafísico.
Böhme passou por experiências místicas em toda a sua juventude, culminando em uma epifania no ano de 1600 que teria lhe revelado a estrutura espiritual do mundo, assim como as relações entre o Bem e o Mal. Na época, ele decidiu não divulgar a sua experiência e continuou trabalhando como sapateiro na cidade de Goerlitz, na Silésia, constituindo família e tendo quatro filhos. Entretanto, após uma outra visão em 1610, ele começou a escrever sua primeira obra, Aurora (Die Morgenroete im Aufgang), resultante dessa iluminação. O tratado foi publicado e divulgado em forma de manuscrito até que uma cópia caiu nas mãos de Gregorious Ritcher, principal pastor de Görlitz, que o considerou herético e ameaçou exilar Böhme, se ele não parasse de divulgar os seus escritos. Após anos de silêncio, os amigos e patronos de Böhme conseguiram convencê-lo a continuar escrevendo e em pouco tempo novas cópias escritas a mãos começaram a circular.
O seu primeiro livro impresso, Christosophia (der Weg zu Christo), foi publicado em 1623 e causou outro escândalo. Entre 1618 e 1624, Böhme produziu uma enorme quantidade de tratados e epístolas, incluindo suas maiores obras: De Signatura Rerum e Misterium Magnum.
As obras completas de Böhme só foram publicadas pela primeira vez em 1730. Actualmente são estudadas e admiradas por diversas comunidades de espiritualistas, místicos, teosofistas e filósofos em todo o mundo.
Na mão mais baixa encontramos uma gravura de uma concha de bivavel – Isocardia cor – cyprinides, extraída de uma publicação sobre ciências naturais, criada em Moselle, França, em 1870 que existiu até ao início da I Grande Guerra, em 1914. Ela representa a ligação ao mundo vivo, biológico.
Aos seus pés temos uma radiografia de um pequeno cão, símbolo dos ciclos de vida e morte, dado que associamos frequentemente um esqueleto à morte, mas neste caso se trata de uma visão do esqueleto de um animal vivo. Nada é o que parece, tudo pode ser absurdo.