Ópera Nova
Os Ópera Nova foram fundados em 1983 por mim e pelo Luís Beethoven. Criámos algumas maquetes em casa, inspirados pela pop-electrónica que os Depeche Mode e os Human League faziam, depois de outros “heróis” da cold wave, como Gary Numan e os Ultravox. Munidos da equivalente dose de entusiasmo tecnológico e inocência poética – típicos da idade e da época – apresentámos essas maquetes à Polygram, ao António Pinho, que entendeu apostar em nós com um contrato de 3 anos. Estávamos nos anos de explosão do chamado “rock português”, e eu acabava de sair de uma experiência muito boa como teclista convidado dos Street Kids, em substituição (e por indicação) do Nuno Canavarro.
Da primeira formação que entrou em estúdio constávamos nós os dois e o Zé Manel (Manuel Andrade Rodrigues), que tinha sido meu colega nos Salesianos do Estoril, e fomos produzidos pelo Carlos Maria Trindade, ao longo de algumas sessões de gravação nos Angel Studios, em Lisboa:
- Arranjos: Carlos Maria Trindade e Ópera Nova
- Engenheiros de som: José Fortes, Rui Novais
- Produtor: Carlos Maria Trindade
- Sintetizadores, Programação de Ritmos: Pedro Veiga
- Sintetizador, Piano: Manuel Andrade Rodrigues
- Voz: Luís Beethoven
O Zé Manel saiu da banda antes da gravação do vídeo, e foi substituído pelo Braunyno Fonseca.
O tema “Sonhos” foi redescoberto já em pleno século 21 quando foi escolhido para integrar a banda sonora do filme “Variações”, sendo a música que toca na discoteca Trumps antes do concerto de António Variações. Nos créditos do filme aparece devidamente referenciada:
O João Carlos Callixto conseguiu encontrar o nosso vídeo nos arquivos da RTP e trouxe-o de volta à luz na rubrica Gramofone da RTP Memória, pelo que lhe fico muito grato, uma vez que o meu único registo está perdido algures numa cassete VHS, cujo estado de conservação e paradeiro desconheço por igual.
Uma alteração subsequente na formação, com a saída do Luís Beethoven, levou-nos a gravar o México/Western em apenas dois dias (12 horas) e praticamente sem qualquer pós-produção, tendo a sua mistura sido feita no tempo de estúdio que sobrou depois das gravações das várias pistas. O resultado foi um lado B, Western, saído de uma (quase) jam session, e que ronda o minimal/experimental/psicadélico, numa transição da pop-electrónica para um outro formato.
México
Western
- Arranjos: Ópera Nova
- Produtor: Ópera Nova / António Pinho
- Sintetizadores, Programação de Ritmos: Pedro Veiga
- Trompetes: João Marques
- Percussão, Voz: Braunyno Fonseca
Entretanto a Universal Music colocou à venda os singles “Sonhos” (Sonhos | Luar | Palavras) e “México” (México | Western) em Janeiro de 2021.